ITAGIBÁ EM FOCO: Intolerância: Assessora exonerada pela Câmara após ensaio sensual, faz denúncia de assédio

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Intolerância: Assessora exonerada pela Câmara após ensaio sensual, faz denúncia de assédio


A ex-assessora de gabinete da Câmara Municipal de Cáceres, Niuara Artiaga, fez um desabafo nas redes sociais, nesta quarta-feira (21), após ela ter sido exonerada do seu cargo por fazer um ensaio fotográfico de nu artístico com o profissional Darlan Brunel. Ela, que é historiadora e assistente social, diz não se arrepender da escolha, relata que vem sofrendo assédio em seu perfil e pontua que a atitude é “consequência do machismo da nossa sociedade”. Em seu desabafo, a modelo do ensaio fotográfico expôs a “situação constrangedora que venho passando em relação de ter realizado um ensaio fotográfico de Nu Artístico Feminino. Primeiro que fui exonerada do meu trabalho por ter feito o ensaio fotográfico. Segundo, eu tinha consciência dos possíveis assédios e comentários in Box e eu sempre soube lidar com isso em razão de ter minha vida sempre exposta e com fotos diversificadas nas redes sociais”.

Niuara afirma que diversos homens foram até o seu perfil para perguntar sobre valores para que ela desse uma “saidinha, passeio, ou o famoso PG [programa]”. Houve ainda aqueles que ofereceram dinheiro em troca das fotos: “Só quero esclarecer que realizei um trabalho artístico para as lentes de um profissional que visou divulgação do teu trabalho enquanto fotógrafo, sem abono ou presentinhos por isso”.

“Esse tipo de atitude infelizmente é uma consequência do machismo da nossa sociedade, que naturalizada a ideia de que mulheres estão sempre disponíveis e interessadas pelo ato sexual e ainda são consideradas vulgares. Eu, enquanto MULHER, historiadora e assistente social devo sim levantar a voz contra o assédio sexual no contexto das redes sociais, e já informo as mulheres e homens que isso não tem nada haver com moralismo, e sim com o respeito”, diz outro trecho da postagem.

Por fim, Niuara mandou uma mensagem às mulheres para que elas não se sintam acuadas e intimidadas em fazer o que sentem vontade ou para recusar um avanço sexual — seja ele ao vivo ou pelas redes sociais. Por fim, ainda lembrou aos que a importunam que “cantada invasiva pode ser considerada uma contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor, definida pelo artigo 61 da Lei de Contravenções Penais (Lei nº 3688/41)”. A exoneração aconteceu no dia 16 de fevereiro, dois dias após a publicação da foto.

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