O dólar disparou nesta terça-feira,
influenciado pela súbita alta dos juros na Rússia, e fechou em seu
maior patamar desde 24 de março de 2005. A moeda americana encerrou o
dia em 2,73 reais, com alta de 2%, mas chegou a ultrapassar a barreira
de 2,75 na máxima do dia. No ano, a moeda americana se valorizou em
16%. A disparada do dólar na Rússia vem ocorrendo desde julho, mas se
intensificou em outubro. De lá pra cá, a moeda americana subiu quase 70%
na comparação com o rublo. No ano, a valorização é de 106%. Nesta
terça-feira, a situação se complicou após o BC do país elevar os
juros em 6,5 pontos porcentuais, para 17%, numa tentativa emergencial
justamente de conter a queda livre da divisa. O rublo vem se depreciando
impactado não só pela desaceleração da economia russa, como também pela
queda do preço do barril do petróleo. O problema é que a elevação dos juros teve efeito contrário:
aumentou os temores de que outros mercados emergentes possam forçar seus
bancos centrais a apertar as políticas monetárias para frear a queda de
suas moedas. "A incerteza torna o cenário volátil. O rublo enfraquecido
significa o início de uma crise na Rússia, mas com reflexos em outros
países. Pode afetar também a Europa, mudando o ânimo dos mercados, pois
aumenta a aversão ao risco. Quando cresce a expectativa de crise, os
investidores recorrem a ativos mais seguros, como o dólar e os títulos
do governo dos EUA", afirma o economista Bruno Lavieri, da Tendências
Consultoria.