ITAGIBÁ EM FOCO: Alta do dólar deverá elevar preço do pãozinho

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Alta do dólar deverá elevar preço do pãozinho


                               Depois do carnaval, alta do dólar deverá elevar preço do pãozinho

Depois dos pulinhos de Carnaval, será a vez do folião baiano passar a se preocupar com um outro salto, este nada animador: mais um aumento no preço do pão francês e das massas em geral. Os produtos devem  acompanhar  o ritmo da alta do dólar sobre os preços dos derivados do trigo. Hoje, mais de 50% do produto consumido no Brasil é importado.

Na Bahia, a indústria da panificação já vem, desde o mês passado, repassando  para as padarias, supermercados e delicatessens um aumento médio de 6% nos preços dos pães em geral. "O reajuste se deu devido à alta da energia elétrica, insumo essencial para o setor, e também por conta do  dissídio coletivo dos trabalhadores, ocorrido em janeiro", justifica o empresário João Ramos, dono da indústria de pães Limiar, que fabrica  produtos congelados, para padarias, e fatiados prontos, para supermercados.

De acordo com o empresário, o impacto da alta do dólar, cotado a quase R$ 3, só deve ser notado, entretanto, a partir de abril ou maio. "Por enquanto, como estamos em uma  época de  boa safra internacional, ainda foi possível negociar bons preços para a importação do trigo", revela Ramos.

Negociação
Na Associação Bahiana de Supermercados (Abase), também não há previsão de novo repasse para os preços. "O dólar tem aumentado de forma constante e gradual, mas temos conseguido repassar o aumento para os produtos em proporção bem menor que a verificada na cotação da moeda americana", informa o administrador de empresas Rogério Machado, consultor de mercado da entidade.

Segundo ele, boa parte dos  contratos firmados pelo varejo com a indústria são prefixados, "daí porque a alta do dólar ainda não teria impacto direto nos preços finais dos  produtos". O consultor da Abase  informa que, "por enquanto, não há previsão de reajuste na tabela das indústrias de modo geral.

"Não há nada previsto, especificamente devido à alta do dólar, mas estamos  acompanhando para ver se a moeda americana vai manter essa tendência, para já ir buscando alternativas para os produtos importados", disse Machado.

Ele revela que os supermercados baianos vão, a princípio, tentar novos  fornecedores para produtos como biscoitos e massas em geral, "mas, caso não tenha jeito, terão de repassar  mesmo o aumento para o consumidor final", como frisa. O consultor da Abase adianta,  entretanto, que os derivados diretos do trigo, como a farinha, não terão  alternativa de negociação, devendo sofrer  mais rapidamente o impacto do dólar.

"Como a maioria do trigo consumido no país é importado, não há muitas alternativas diretas que evitem o impacto na farinha de trigo,  num primeiro momento, afetando, posteriormente, o preço do pão", acredita Rogério Machado.


( A Tarde )