Menos
de uma semana após ter sido reeleito presidente da Fifa, o suíço Joseph
Blatter renunciou ao cargo. Uma nova eleição será realizada entre
dezembro de 2015 e março de 2016. Até lá, Blatter seguirá no comando. A
decisão de deixar a Fifa ocorre em meio ao maior escândalo da entidade,
que resultou na detenção de sete dirigentes às vésperas da eleição,
entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin.
''Um novo presidente será eleito para me suceder. Vou continuar a
exercer minha função como presidente até um novo presidente ser
escolhido'', afirmou Blatter em um pronunciamento realizado na sede da
Fifa.
"Meu mandato parece que não é mais apoiado por ninguém".
O anúncio de renúncia na sede da Fifa, em Zurique, pegou a imprensa
de surpresa. Os jornalistas foram informados às pressas pela Fifa da
conferência com Blatter. A expectativa era de que o presidente abordasse
suspeitas de corrupção de outros dirigentes. Visivelmente abatido, o
dirigente de 79 anos optou por falar apenas no idioma francês. Ele foi
breve e não respondeu a questionamentos.
O comunicado surpreende também pelo fato de que Blatter havia pedido
apoio de todos para governar mais um mandato na Fifa. Acusado de
inúmeros envolvimentos em corrupção, Blatter negou a todos e inclusive
atacou a ação da polícia norte-americana, que coordenou a prisão dos
dirigentes.
"Eu considerei minha presidência, meus últimos 14 anos, esse anos foram relacionados à Fifa e esse belo lugar do futebol''.
A data da nova eleição será definida pelo Comitê Executivo da
entidade em um congresso extraordinário. O processo de transição será
comandado por Domenico Scala, presidente do Comitê de Auditoria da Fifa.
"(Esta nova eleição) ocorrerá com tempo suficiente para se encontrar
os novos candidatos e que eles possam fazer suas candidaturas. Agora,
estarei numa posição de focar em implementar ambiciosos protocolos de
transparência e reformas para seguir o meu mandato'', afirmou Blatter.
A renúncia acontece em um momento em que até o braço direito de
Blatter é acusado de corrupção. O secretário-geral Jerome Valcke é
investigado por suspeita de suborno em repasse de US$ 10 milhões feito
pelo Comitê Organizador da Copa da África do Sul para a Concacaf, em
2010.
"Sou muito ligado à Fifa e aos seus interesses. Estes interesses são
queridos para mim e é por isso que estou tomando esta decisão. O que
mais importa para mim é a instituição Fifa e o futebol ao redor do
mundo", justificou-se Blatter.
Uol Esportes
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