ITAGIBÁ EM FOCO: Colchão nos EUA escondia 20 milhões ‘angariados’ pelo Telexfree que fez lesados na Madeira

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Colchão nos EUA escondia 20 milhões ‘angariados’ pelo Telexfree que fez lesados na Madeira


Cléber Rene Rizério Rocha. É este o nome do brasileiro que tinha escondido, debaixo do colchão, a impressionante quantia de 20 milhões de dólares, qualquer coisa como 18,6 milhões de euros. O dinheiro está relacionado com o esquema piramidal da Telexfree, que também fez vários lesados em Portugal, sobretudo na Região Autónoma da Madeira.

As fotos divulgadas pelo Ministério Público mostram dezenas de maços de notas que foram apreendidos durante buscas realizadas este mês num apartamento em Westborough, no estado do Massachusetts, precisamente a Cléber Rene Rizerio Rocha, um cidadão brasileiro de 28 anos, que agora está acusado de lavagem de dinheiro.

Segundo noticia a imprensa internacional, as autoridades acreditam que esta fortuna escondida debaixo do colchão está directamente relacionada com o esquema piramidal da Telexfree, uma empresa com sede no Massachusetts que, oficialmente, fornecia serviços de comunicações telefónicas através da Internet.

Contudo, segundo informa o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o verdadeiro objectivo da empresa era angariar promotores, através de tácticas de marketing agressivo, que pagavam uma jóia elevada mediante a promessa de lucros igualmente altos. Na prática, conforme é já do conhecimento público, estes ‘promotores’ depois tinham que angariar outros ‘promotores’ para tentar recuperar o dinheiro investido.

Recorde-se que este esquema piramidal começou em Janeiro de 2012 e terminou em Março de 2014, lesando pessoas um pouco por todo o mundo. Por cá, em Portugal, as perdas estimadas andam em torno dos 50 milhões de euros, a maior parte dos quais aplicados por residentes na Madeira.

Preso sem direito a caução

Entretanto, a justiça norte-americana negou o direito ao pagamento de caução e manteve a prisão do brasileiro Cléber Rene Rizério Rocha. Segundo conta a imprensa brasileira, que tem estado muito atenta a este caso nas últimas horas, a juíza Judith G. Dein, durante a audiência num tribunal federal de Boston, considerou que o brasileiro apresenta risco de fuga e, por isso, determinou que ele permanecesse preso, sem direito a caução, até que um novo julgamento seja marcado, segundo informações da agência de notícias Associated Press.

Segundo avança igualmente a imprensa brasileira, Rocha terá ido aos EUA para tentar recuperar parte do dinheiro do brasileiro Carlos Wanzeler, co-fundador da Telexfree, que fugiu para o Brasil em 2014 e não pode ser extraditado.

O advogado de Rocha argumentou, durante a audiência, que o cliente não tinha antecedentes criminais e poderia ser libertado mediante pulseira (GPS), segundo avança o jornal ‘Boston Herald’. O argumento, no entanto, não foi aceito pela juíza.

De lembrar que, em 2013, a Telexfree anunciou vendas no valor de mil milhões de dólares, cerca de 930 milhões de euros.

Milhares notificados na Madeira no caso Telexfree

De resto, conforme noticiou o DIÁRIO em Dezembro de 2016, a Inspecção Tributária e Aduaneira enviou centenas, até milhares de notificações a madeirenses (mas também a continentais) que tenham estado envolvidos no esquema de pirâmide financeira denominado Telexfree. Depois de serem conhecidos alguns dos arguidos que estão sob alçada da Justiça, com inquérito aberto pelo Ministério Público (conforme também noticiamos), é este o processo paralelo que está a ser encetado pelo Fisco para ‘caçar’ as pessoas que tenham estado envolvidas no esquema, independentemente de terem tido lucro ou prejuízo.

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