ITAGIBÁ EM FOCO: MULHER RELATA QUE PERDEU BEBÊ POR CAUSA DE DEMORA DE ATENDIMENTO

quinta-feira, 27 de julho de 2017

MULHER RELATA QUE PERDEU BEBÊ POR CAUSA DE DEMORA DE ATENDIMENTO


Um casal da cidade de Catu, a 78 km de Salvador, vive o drama de ter perdido o bebê que iria nascer, por causa da demora no atendimento para a realização do parto. A mãe, Luciane dos Santos, ainda estava na 34ª semana de gestação, quando entrou em trabalho de parto, no dia 18 de julho. 
Ela foi levada para o Hospital Municipal de Catu pelo marido, Marcos dos Santos. Depois de dar entrada na unidade, por volta de 6h, Luciane esperou mais de 10 horas para fazer uma ultrassonografia, o que, segundo ela, resultou na morte do bebê que esperava. 
"Eles me botaram em uma sala sozinha, mandaram eu aguardar e saíram da sala. Tanto a enfermeira, como o médico, que ficou passeando para lá e para cá e não foi me atender. Quando ele foi me ver, eu já tinha horas sentada", contou ela. 
No hospital, Luciane foi orientada a esperar por mais dilatação, apesar de ter perdido todo o liquido amniótico. Segundo ela, as enfermeiras disseram que era necessário também, aguardar a regulação para fazer o parto. A Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) informou, no entanto, que não houve pedido de transferência hospitalar no nome de Luciane. 
Duas horas depois de chegar à unidade, ela percebeu que o bebê havia parado de se mexer e comunicou a uma das enfermeiras. A gestante então, ouviu da profissional que o bebê havia parado de mexer por causa do líquido perdido, mas que a criança estava "normal e viva". 
Ultrassonografia
Por volta das 16h, outra médica examinou Luciane, quando constatou que o coração do bebê não batia mais. Só então, a equipe do hospital encaminhou a paciente para fazer uma ultrassonografia em outro hospital, este particular. 
"Lá, o médico me atendeu e me mandou deitar. Ele mexeu [na barriga], botou o aparelho [para ouvir os batimentos cardíacos] e mandou eu olhar. Eu ainda tava na esperança de ouvir [o coração do bebê], mas quando ele balançou a cabeça, eu perguntei o que aconteceu. Ele respondeu: ?sinto muito, mas seu bebê já não tá entre nós"", relembrou Luciane. 

De volta ao Hospital Municipal de Catu para retirar o feto, ela foi obrigada a esperar novamente. Luciane só foi encaminhada à sala de cirurgia por volta das 19h. ?Meu filho morreu por causa deles [hospital]. Eu posso confirmar que foi por causa deles mesmo", disse emocionada. 
Conforme os exames feitos durante a gestação, o bebê era saudável. Ele seria o terceiro filho do casal. "Me sinto arrasado, porque se eu soubesse que ia ser assim, eu não tinha levado ela para o hospital de Catu", disse Marcos, em meio às lágrimas. 
A diretoria do hospital disse que não houve negligência médica no caso de Luciane. O hospital alegou que unidade de saúde é de pequeno porte e não possui serviço de ultrassonografia. A diretoria disse ainda que a causa da morte do bebê vai ser apontada no laudo da perícia.

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