Mais de 40 pessoas com deficiência auditiva acompanharam nesta terça-feira (29), em Itabuna, sul da Bahia, o primeiro júri que foi traduzido de forma simultânea em Libras (Língua Brasileira de Sinais) do Brasil.
O julgamento foi de Jipleze Atamásio Lima, acusado de matar duas pessoas e tentar matar outra, em uma cela do presídio de Itabuna, em 2012. Ele foi condenado, no júri desta terça, a 32 anos de prisão em regime fechado.
Três intérpretes de Libras se revezaram durante todo o julgamento, que durou das 8h30 às 17h, e foi realizado no Fórum
Também com a ajuda de um dos intérpretes, Moab Souza, presidente da Associação de Surdos Mudos disse que a iniciativa deve servir de exemplo e precisa ser ampliada para outros locais. “Em hospital, aqui, em banco, associação”, disse.
A ideia de fazer o júri com tradução para deficientes auditivos foi da juíza Márcia Melgaço. “Desde 2002 tem uma lei obrigando todas as instituições dos poderes a incluir socialmente o surdo, e isso não tem sido feito. São 14 milhões de surdos no Brasil, e algo tem que ser feito. E por que não começar pelo poder judiciário de Itabuna?”.
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