Os bombeiros localizaram, por volta das 6h30 desta terça-feira (8), o corpo carbonizado de uma criança nos escombros do prédio Wilton Paes de Almeida, ocupação de sem-teto de 26 andares que desabou na madrugada da última terça (1º), no centro de São Paulo, após um incêndio atingir todo o edifício.
Os bombeiros trabalharam durante toda a madrugada retirando manualmente os escombros em uma região em frente à edificação. Eles concentraram as buscas no local após encontrarem peças de roupas.
O primeiro corpo localizado pelos bombeiros foi de Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, conhecido como "Tatuagem", na sexta (4). Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), a vítima foi identificada por meio de impressões digitais.
Antes da confirmação, os bombeiros já tinham informado que o corpo tinha diversas tatuagens e o cinto de segurança usado durante a tentativa de salvamento, o que indicava que era o Ricardo. O desabamento do edifício aconteceu momentos antes de ele ser içado do local.
A área onde o corpo foi localizado sob os escombros foi apontada por Vasty, uma pastora belga farejadora. O corpo foi retirado e levado ao Instituto de Criminalística.
CURTO-CIRCUITO
A polícia disse que, após ouvir uma testemunha, concluiu que um curto-circuito no quinto andar, provocado por excesso de aparelhos ligados em uma tomada foi a causa do fogo no prédio. No local havia quatro pessoas: marido, mulher e duas filhas.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, uma pessoa prestou depoimento na sexta no 3º DP (Campos Elíseos). Um inquérito também foi instaurado no Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) para apurar a cobrança de aluguel dos moradores de ocupações do centro de São Paulo.
O desabamento provocou ainda a interdição de cinco imóveis em seu entorno, sendo quatro prédios e uma igreja. Segundo a Defesa Civil, todos os bloqueios são totais e não há previsão de liberação. Não foi encontrado risco iminente de colapso em nenhum deles, mas eles seguem monitorados pelo órgão.
Um desses imóveis é o edifício Caracu, localizado na rua Antônio de Godói, que foi liberado para a entrada de moradores pela primeira vez nesta sexta-feira. As pessoas puderam retirar pertences pessoais, como documentos e medicamentos, mas não puderam permanecer no local.
Também estão interditados uma igreja, no número 34 da av. Rio Branco; um prédio, no largo do Paissandu, 132; e um edifício estreito da Antônio de Godói, que ficou com marcas das chamas em sua fachada. Essa última construção conta como duas interdições por ter duas numerações (8 e 26).
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