ITAGIBÁ EM FOCO: 16 milhões de litros de urina,e 40 fiscais para multar mijões nos dois principais circuitos do Carnaval

sábado, 14 de fevereiro de 2015

16 milhões de litros de urina,e 40 fiscais para multar mijões nos dois principais circuitos do Carnaval



Antes mesmo de a chave ser entregue para o Rei Momo, no Campo Grande, na quinta-feira, o circuito Osmar exalava um cheiro floral. Pela nova lei municipal, esse aroma só poderia mudar pelo de suor e de cerveja, já que foi decretada a caça aos mijões de rua, que, se pegos, recebem multa de R$ 1.008,45. No entanto, como a quantidade de fiscais é reduzida (são 40 agentes que se dividem nos dois circuitos), o folião consciente também assume o papel de fiscalizador. A professora Rosângela Nunes, 54, não ganha nada por isso (além de uma avenida limpa), mas chama a atenção de quem faz xixi fora do lugar. “Eu estava passando  pela Avenida Sete quando vi o menino mijando na porta de uma loja. Eu disse ‘Ô, meu filho, aí é lugar? Com tanto banheiro...’”, contou ela.  A coordenadora da operação de limpeza da prefeitura, Ivelise Cristina, garante que já houve foliões multados e que a operação tem dado resultado. No entanto, até ontem, não havia a confirmação do número de multas, o que só deve acontecer entre hoje e amanhã. “Estamos nas proximidades dos circuitos, em pontos estratégicos e a fiscalização tem ocorrido”, afirmou. avaliação A simples existência dos fiscais este ano já fez com que o assunto fosse um dos comentários do Carnaval, principalmente  nas proximidades dos banheiros.  “Se tem banheiro, não dá para sermos incivilizados. Tem mulheres e crianças na rua também e ninguém é obrigado a se deparar com ninguém com o pinto na  rua”, comentou a vendedora Célia Souza, 33, próximo a banheiros no Campo Grande. Alguns  homens acham a medida drástica. “Os banheiros ficam muito sujos, eu mesmo já mijei atrás de um sanitário químico, depois de entrar e ver uma situação tão deplorável que não dava para urinar lá dentro”, retrucou  o motorista Cleiton da Paixão, 26, também no Campo Grande. Essa repercussão, para a secretária de Ordem Pública municipal, Rosemma Maluf, é positiva. “Claro que o número de fiscais para a quantidade de foliões não é expressiva,  mas é um começo para uma mudança cultural”, opinou. “As pessoas estão falando sobre a nova lei. É  só um primeiro passo”, afirmou. A Limpurb estima com base em anos anteriores que durante os sete dias de folia, são produzidos, em média, 16 milhões de litros de urina - desse total, apenas 4,8 milhões  são recolhidos nos sanitários químicos. Foram instalados  2 mil módulos químicos pela prefeitura nas ruas, além de 50 contêineres  (são 442 posições nesses locais).